A Semana do Estudante da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) está sendo comemorada na instituição em meio à posse da nova diretoria do Diretório Central de Estudantes (DCE), que volta a abrir suas portas depois de um período de inatividade. Entre os eventos, foi realizado, ontem (08), no auditório G1, um debate sobre a nova Lei de Estágio que está tramitando no Senado.
A discussão contou com a presença do Centro de Integração Empresa Escola de Pernambuco (CIEE-PE), único agente de integração participante do evento, União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) e da União Nacional dos Estudantes (UNE), seccional Pernambuco. Já o deputado estadual Sílvio Costa Filho e o vereador Jurandir Liberal marcaram presença apenas para a posse do novo DCE.
O Reitor da Unicap, Padre Pedro Rubens, que estava representado pelo Pró-Reitor administrativo, Luciano Pinheiro, acabou chegando à solenidade e falou sobre o momento. “Espero que o movimento estudantil cresça na universidade e que ele seja formador de novas lideranças”, disse o Reitor.
Depois da solenidade de posse, onde todos os presentes à mesa falaram da importância da retomada do movimento estudantil em Pernambuco foi a vez da composição para o momento mais esperado pelos estudantes que lotaram o auditório, saber sobre a nova Lei de Estágio.
O coordenador de Estágios da Unicap, Aprígio Carvalho abriu a discussão sobre o tema trazendo para os estudantes os pontos negativos e positivos que a nova Lei (que ainda não é Lei porque não foi aprovada), trará para eles.
Para Carvalho, é importante que essa discussão não fique resumida a apenas um primeiro momento e ele espera que outros debates sobre o tema sejam realizados dentro de cada curso e de cada Diretório Acadêmico.
A gerente de Treinamento e Acompanhamento do CIEE-PE, Ana Patrícia Gomes foi a segunda a falar sobre o tema. Sob os olhares e expectativa dos estudantes, Ana pincelou vários pontos importantes sobre as mudanças que poderão vir a serem aprovadas.
Ana Patrícia criticou a quantidade de jovens estagiando, justificando com os números do CIEE-PE a defasagem entre o que se tem e o que seria preciso para absorver todo mundo. “Nós do CIEE-PE defendemos uma legislação que abra oportunidades do estudante entrar se integrar ao marcado de trabalho”, revelou Ana Patrícia.
A desinformação por parte dos estudantes sobre a Lei que está em vigor e o que está sendo proposto, mais uma vez traz à tona a necessidade de se ampliar o debate sobre o que poderá vir se a nova Lei for aprovada. “É importante o debate, principalmente com a inserção do estudante. A nova Lei não pode ser discutida apenas dentro dos gabinetes dos deputados. É preciso que a sociedade participe desse projeto”, afirmou Ana.
Outra preocupação que emerge quando o assunto envolve os estudantes é saber o que eles querem realmente. No momento aberto para perguntas, o que se viu foi um interesse, quase generalizado sobre o valor das bolsas-auxílio.
As perguntas giravam entre a revolta dos valores oferecidos pelas Unidades Concedentes de Ensino (UCE’S) e de sugestões sobre a criação de um piso “salarial” para o estagiário. “O estudante precisa saber o que ele quer. Acho que defender um piso de bolsa-auxílio não é adequado, pois o objetivo do estágio é preparar o jovem para o futuro profissional”, comentou Ana Patrícia Gomes.
Mais uma vez fica claro que o embate sobre uma nova Lei de Estágio ou qualquer outra Lei no país não pode ser avaliada se não forem considerados vários fatores, principalmente o econômico. Sem um modelo de economia que permita o estudante estagiar para adquirir novos conhecimentos e não apenas para aumentar a renda familiar ou bancar seus estudos, qualquer ideologia morrerá nos auditórios e plenários.