O título deste texto faz parte do refrão da letra da música que os 18 aprendizes do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) cantaram para representar o que eles sentiram nos 18 meses de atividades na instituição. Bom, mas vamos deixar para o final.
Poucas vezes se pode sentir na pele, como se diz no popular, a emoção vivida por quem precisa de uma oportunidade para entrar no mercado de trabalho. A formatura desses aprendizes foi um dos momentos. Por isso, a licença poética para descrever o que eu senti e não simplesmente narrar o que vi.
Chegamos em cima da hora marcada, mas os preparativos ainda estavam no final. Entramos no auditório e pude perceber que aquele encerramento de turma de aprendizes seria diferente.
Equipamentos de um grupo musical estavam montados e o entra e sai de pessoas, dentre aprendizes, familiares e funcionários da instituição mostrava que ali seria realizada uma verdadeira festa de formatura. E foi.
A entrada dos aprendizes em dupla foi anunciada pela Assistente Social do Serpro, Maria do Socorro Cordeiro Ferreira. Eles colocaram-se à direita do auditório, onde mais de 50 pessoas prestigiavam o evento.
Primeiro, a apresentação de um vídeo feito pelos próprios aprendizes, com todas as pessoas com quem trabalharam durante o período. O gerente e um dos coordenadores do programa Aprendiz Legal do Serpro, Wagner Silveira foi quem abriu a sessão "discursos" e falou em nome da gerência.
A orientadora do programa, Ednar Santos ressaltou a importância do trabalho e destacou que outras turmas virão, mas que todos serão lembrados pelo período que estiveram na instituição.
A esta altura, acredito que apenas eu e um bebê, filho de uma aprendiz que prestigiava a formatura da mãe, não estava chorando.
Para homenagear os funcionários do Sepro que participaram do programa, a aprendiz Bruna Rafaela, os convocou para receberem um cartão de agradecimento confeccionado pelos estudantes.
Pelo CIEE Pernambuco, parceiro do Serpro no desenvolvimento do programa e responsável por ministrar o curso de auxiliar administrativo dos alunos, a Assistente Social do CIEE-PE e uma das responsáveis pelo Programa Adolescente Aprendiz, Telma Muniz, relatou a satisfação de fazer parte da formatura de mais uma turma de aprendizes.
"Sabemos como é importante para vocês o trabalho realizado no Serpro e como será importante para a vida e carreira de cada um. Hoje se inicia uma nova etapa para vocês", disse Telma, depois de embargar a voz algumas vezes.
Depois das palavras emocionadas Telma, com ajuda da aprendiz Claudiane Vieira, do programa da Copergás, que também prestigiou o evento, chamou um por um os adolescentes para receberem o certificado de conclusão do curso. A oradora da turma, a aprendiz Paula Regina falou em nome dos adolescentes.
Antes da apresentação final, tia Jô, como é chamada pelos aprendizes a funcionária do Sepro, Josilda Pereira teve suas palavras lidas por uma das coordenadoras Mauricéia Andrade.
Lembram dos equipamentos de uma banda que estavam montados? Os jovens Ítalo, Danyllo, Guilherme, Rodrigo e Paula tocaram e cantaram uma música de autoria dos aprendizes Ítalo e Adonys, em homenagem ao CIEE-PE e Serpro. Depois da sessão musical, um lanche encerrou a festa de formatura.
Ao todo, a turma que se formou tinha 22 jovens e era composta por aprendizes do Serpro (18), da Copergás (02), do Banco BGN (01) e do Instituto Nordeste e Cidadania (01).
Familiares agradecem oportunidade
Depois da apresentação musical dos aprendizes, enquanto circulávamos pelo hall, as assistentes sociais do CIEE-PE, Bruna Ribeiro e Telma Muniz eram abordadas por familiares dos adolescentes.
Muitas mães agradeciam a oportunidade dada aos jovens e relatavam melhora no comportamento e na maneira de como eles encaravam a vida. "Eu queria tanto que a irmã dela já pudesse participar do programa", afirmou a mãe de uma aprendiz sobre a outra filha.
Outras mães também conversavam sobre como seria daquele momento em diante, já que a rotina dos jovens seriam modificada por completo. No final, todas as expectativas de familiares e estudantes eram extremamente positivas, corroborando a importância do programa para a inserção do jovem no mercado de trabalho, principalmente jovens de escolas públicas do ensino médio, os que mais precisam de oportunidade.
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