Através de uma consulta promovida pela Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a população escolheu como Data Magna do Estado, o dia da Revolução Constitucionalista de 1817, ocorrida em 06 de março. A escolha faz da data a que melhor representa os feitos pernambucanos na história do Brasil.
O projeto de escolha da Data Magna do Estado foi apresentado em outubro deste ano pela deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB), já que Pernambuco era o único estado da Federação que não possuía a data comemorativa. O resultado da consulta popular, feita em diversos veículos de comunicação, no site da Alepe e da própria deputada Estadual apontou a Revolução Constitucionalista de 1817 como sendo a preferida, quase que por unanimidade. O projeto já foi aprovado na Assembléia Legislativa.
A data escolhida pelo povo, em 2007, também foi lembrada, há 40 anos, quando o então professor de Direito Constitucional da Faculdade de Direito do Recife, Germano Coelho, fundou o Centro de Integração Empresa Escola de Pernambuco (CIEE-PE), nos porões dessa mesma Faculdade.
"Na minha vida, sempre tive muito cuidado com a dimensão histórica. Foi assim na criação do Movimento de Cultura Popular (MCP), quando escolhemos 13 de maio, dia da Abolição da Escravatura, porque queríamos libertar a população da escravidão da ignorância e sobretudo, do analfabetismo", explica Coelho.
Com o golpe militar no Estado e o fechamento do MCP surgiu a idéia de fundar uma instituição que desse continuidade à filosofia do Movimento de Cultura Popular, à idéia de libertação. E de acordo com Germano, essa idéia de libertação e a preocupação histórica fizeram com que a data da Revolução Constitucionalista de 1817 fosse escolhida para dar início às atividades do Centro de Integração Empresa Escola de Pernambuco (CIEE-PE), criado nesse mesmo dia 06 de março.
Segundo Coelho, o dia seis de março foi escolhido por ser a data maior das Revoluções Libertárias de Pernambuco, exaltadas na poesia de Manuel Bandeira. Foi assim que Pernambuco começou a se movimentar para tornar o Brasil independente, cinco anos antes da independência do País.
"A revolução de 1817, além de ter dado a Pernambuco um de seus mártires, Frei Caneca, deu também a sua bandeira, que é a bandeira de 1817, criada no velho Seminário de Olinda. Essa é uma grande data Pernambucana e que nós escolhemos para ser a data de fundação do CIEE-PE e dar continuidade ao MCP", explicou o professor Germano Coelho.
Revolução - A Revolução Pernambucana de 1817 foi liderada por Domingos José Martins, com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e do Frei Caneca do Amor Divino. Os revolucionários conseguiram conquistar Pernambuco e instalaram um governo provisório que tinha como propostas proclamar a República, abolir alguns impostos e elaborar uma Constituição que estabelecesse a liberdade religiosa e de imprensa, bem como a igualdade de todos perante a lei. A Revolução Pernambucana de 1817 conseguiu congregar religiosos, militares, intelectuais e populares em torno do ideal comum da emancipação política e do estabelecimento do governo republicano. A atual bandeira de Pernambuco é a mesma que os revoltosos usaram em 1817.
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