A entrada no mercado de trabalho, como Aprendizes, está “travada”. O Presidente da República alargou o acesso e propôs o ingresso de 800 mil. O prazo está findando, e só 200 mil foram contratados. O “Sistema S” foi pensado para os milhares e não para os milhões. E, no entanto, os milhões podem ser contemplados, se se estender o mercado e se se incrementar as entidades formadoras. Se as empresas privadas e o setor público municipal, estadual e federal contratam Aprendizes. Se as dificuldades burocráticas e sobretudo administrativas são removidas. Se o “Projeto de Lei sobre Aprendizagem na Administração Pública” for logo aprovado.
Hoje, o acesso do Aprendiz à profissionalização está obstruído. Basta ver o “Placar do Aprendiz”, no site do Ministério do Trabalho e Emprego. À base do mínimo legal vigente de 5%, há 1 milhão e 51 mil vagas para Aprendizes, nas empresas. Só 20% foram preenchidas. Só 200 mil aprendizes foram contratados. 80 % das vagas, estão sendo desperdiçadas. 800 mil oportunidades existentes para os mais pobres, estão sendo perdidas.
E, no entanto, o “Programa Aprendiz” dá mais força ao Poder Público e à Empresa que os contrata. Estanca a evasão escolar. Prolonga a permanência do jovem na escola, já tão curta no Brasil. Promove a inclusão social. Qualifica a mão de obra nacional. Diminui o numero de jovens em situação de risco. Viabiliza a prevenção social do crime e da violência. E, como os jovens são treinados dentro da cultura da empresa, diz Carolina Duque, Diretora de Gestão de Pessoas da TAM: “Quem não é absorvido sai com todas as condições para se colocar em outras empresas. Mas como o Aprendiz nunca sai de nosso banco de dados, quando surge uma oportunidade é a ele que recorremos”.
Por outro lado, o “Programa Aprendiz” abre para a juventude mais pobre o mercado de trabalho. Dá ao jovem, salário. Dá Carteira de Trabalho assinada. Dá a insubstituível “profissionalização no ambiente de trabalho” (LDB/96, art. 40). Dá aprendizagem teórica e pratica. Dá a experiência anterior, que as empresas exigem. Dá auto-estima. Dá perspectiva de vida. Dá esperança.
Hoje, o Banco do Brasil abre o caminho. Dimensiona o Brasil real, que cresce. Dá o exemplo. É a única empresa do país, que contrata Aprendizes à base do máximo legal de 15%. Assim, são 3 milhões de vagas, em todo território nacional. É a única entidade, que viu o Brasil como ele é, um espaço não para centenas, nem para milhares mas para milhões.
“Dida” é o exemplo de um Aprendiz, que chegou ao Banco do Brasil aos 14 anos, “cheio de garra, sede de aprender e vontade de querer dar certo”. Aprendiz tem tudo para ir longe. “Dida” começou na Agência de Paraguaçu Paulista, em São Paulo, e venceu todos os degraus até chegar ao posto máximo da instituição: Presidente do Banco do Brasil. Hoje, Aldemir Bendine, mais conhecido no Banco como Dida, confessa: “Foi uma jornada de 30 anos em que formei meu caráter, consolidei valores e me desenvolvi como homem e profissional, de acordo com a cultura do Banco”. Só na década de 2000 essa empresa de visão treinou e formou mais de 23 mil Aprendizes.
Em defesa do Aprendiz, há um dever imediato do povo brasileiro. Cada unidade da Federação deve preencher as vagas que estão sendo desperdiçadas. Assim, 1 milhão de jovens deve ingressar no mercado de trabalho. Profissionalizar-se. Educar-se. Qualificar-se como mão de obra necessária.
Depois, logo depois: pensar grande, como o Banco do Brasil. E abrir 3 milhões de vagas para os jovens Aprendizes, na faixa etária de 14 a 24 anos.
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