Luiz Gonzaga Bertelli*
Oratória é a habilidade de falar bem em público. Os mais desavisados podem acreditar que o domínio dessa arte é necessário apenas para congressistas, palestrantes e professores. Mas, um candidato a estágio ou emprego que sabe expressar suas ideias em conversas ou apresentações pessoais pode estar alguns passos à frente da concorrência.
É possível encontrar no mercado uma série de cursos que ensinam técnicas para ajudar a organizar linhas de raciocínio e mesmo truques para superar – ou esconder – o nervosismo que toma conta do orador. Como toda habilidade, é preciso treino para se falar bem e os professores sugerem um exercício bom e barato que pode ser posto em prática com a ajuda de um simples celular ou câmara digital, que gravem vídeo. O futuro orador deve apresentar uma aula sobre um assunto que domine – vale, por exemplo, explicar a estratégia utilizada pelos brothers do BBB para garantir a eliminação deste ou daquele competidor – a uma platéia de amigos, enquanto é filmado.
Na prática, é preciso evitar a qualquer custo gírias e recursos comuns em conversas como a abreviação “cê” no lugar de “você” e o desuso do plural. Os gestos também devem ser comedidos e a postura ereta: não se pode deixar os ombros caídos com displicência e nem ficar trocando de perna de apoio a todo o momento. Terminado o exercício, o orador em treinamento faz uma auto-avaliação por escrito e pede aos amigos que escrevam um texto citando os pontos positivos e negativos da apresentação. Ele não deverá ler as críticas, nem rever o filme de imediato. Depois de uma semana, vale retomar o material, começando pelo vídeo, seguido pela autocrítica e o texto dos demais. A conclusão: ao mesmo tempo em que se constatam qualidades naturais do futuro orador, notam-se os problemas a ser corrigidos. Depois, é só praticar e praticar.
*Presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e diretor da Fiesp
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