Luiz Gonzaga Bertelli*
Os cursos técnicos e profissionalizantes são ótimas credenciais para abrir portas no mercado de trabalho. Os jovens são formados em cursos, cujo conteúdo é voltado para as principais demandas das empresas, o que facilita a inserção no mercado. Uma pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) comprova essa realidade: candidatos com cursos técnicos possuem 48% mais chance de conseguir um emprego no Brasil. Com carteira assinada, esse índice é de 38%.
O ensino técnico é uma excelente oportunidade para o Brasil tentar resolver seus problemas de mão de obra qualificada. Estudos já demonstraram que o país pode sofrer com um apagão de profissionais especializados em alguns setores, como a engenharia e a tecnologia da informação.
Essa grande demanda acontece, principalmente, pelas perspectivas positivas de crescimento econômico para este ano, em torno de 7%, e para os anos subseqüentes, em torno de 5%, segundo economistas. Uma pesquisa da Fundação Dom Cabral, com 150 grandes empresas, mostrou que 67% delas já encontram dificuldades na contratação de mão de obra qualificada. É por isso que o poder público deve investir nas escolas técnicas.
Mas o Brasil ainda engatinha nessa questão. Apenas 10% dos alunos do ensino médio fazem cursos profissionalizantes, quando o ideal, segundo especialistas, seria um percentual de 30%. Na Alemanha, por exemplo, país que lidera os índices de tecnologia na Europa, 70% dos alunos do ensino médio fazem cursos técnicos. Na América do Sul, a Argentina e o Chile também estão à nossa frente nesse quesito.
Somado a essa formação, o estágio ganha nova dimensão, reforçando sua eficiência como modalidade de capação de futuros profissionais. Nessa fase, os estudantes vão ter contato com a prática profissional e ser treinado para determinadas funções, o que não só recheia seu currículo e sua formação, como facilita sua inserção no mercado de trabalho.
*Presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e diretor da Fiesp
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