Germano Coelho*
No Brasil, diz o IBGE, no Censo Demográfico 2010, há 36 milhões de jovens, na faixa etária de 14 a 24 anos, 6 milhões vão para a Universidade. E 30 milhões, os mais pobres, não têm condições de ir.
Assim, o IBGE revela algo novo no País. Descobre mais uma Região, ao lado das cinco outras antes apontadas: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Uma “Região Virtual”, cobrindo todo o território nacional. “Região Jovem”, mágica, potencial, quase toda inexplorada, onde toda a população tem de 14 a 24 anos de idade. Onde não há idosos nem aposentados. Região, cuja “maioria absoluta”, – 30 milhões de jovens – está pronta para entrar no mercado de trabalho. E, apta, em plena força e vigor da idade, para fazer crescer o PIB, agregando toda a sua energia e a sua capacidade ao desenvolvimento do Brasil.
Hoje, esses 30 milhões não são nem produtores, nem consumidores. Na sua quase totalidade, não trabalham, nem estudam. Não contam, na dinâmica da economia. Não agregam nada ao mercado interno nacional. Não integram sua receita. Só fazem crescer sua despesa. Ocupam, em grande escala, os itens “segurança” e “assistência social”. Os gastos com o combate à pobreza, à droga, à repressão ao roubo e ao crime. Com investimentos em polícia, cadeias, veículos, armas e munição.
A proposta é abrir o mercado de trabalho para esses 30 milhões de jovens. É garantir a profissionalização de todos, “com absoluta prioridade”, como prescreve a Constituição (CF/88, art. 227). É assegurar a todos, dois anos de aprendizagem teórica e prática, no ambiente de trabalho, profissionalizando-os e concorrendo, ao mesmo tempo, para fazer crescer o “pibinho” e melhorar o “Índice de Desenvolvimento Humano – IDH” do Brasil. É dar a todos os 30 milhões, Carteira de Trabalho assinada, salário e o acesso aos direitos previdenciários e trabalhistas. É salvaguardar a “cidadania” e a “dignidade da pessoa humana” de cada um deles, respeitando e aplicando a todos, esses dois fundamentos da República (CF/88, art. 1º, II e III).
É fazer como o CIEE faz, em todo o Brasil, há mais de 50 anos, tendo já profissionalizado cerca de 15 milhões de jovens. Promover o ingresso da juventude, no mundo de trabalho, na condição de aprendiz ou de estagiário. Estagiário, se aluno matriculado, no ensino médio, técnico ou superior. Aprendiz, se aluno matriculado no fundamental ou tendo concluído o ensino médio, quer profissionalizar-se, no ambiente de trabalho, e está na faixa etária de 14 a 24 anos incompletos.
*Fundador e Superintendente Executivo Institucional do CIEE de Pernambuco
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