Germano Coelho*
Assumi a Prefeitura de Olinda, pela primeira vez, em 1977, após uma eleição vitoriosa contra a ditadura militar. Quando aludi ao ano de fundação da Cidade – 1535 – meu amigo Flávio Guerra pensou que me havia equivocado. Combinamos um debate sobre o problema, no Clube Atlântico Olindense.
Lembro-me, que comecei com uma pergunta: “Você já atravessou a Ponte da Boa Vista, vindo da Rua Nova para a Imperatriz?” Há, lá, uma placa de bronze, com as grandes datas de Pernambuco. E, nela, “1535 - Fundação de Olinda”.
Fiz a segunda pergunta: “Quem redigiu essa placa?” E eu mesmo respondi: “Pereira da Costa”. E conclui: “Então, deve estar também nos Anais Pernambucanos”. Abri o volume 1, e lá estava, na página 181:
“Neste ano de 1535, no ponto mais culminante de Olinda, na chapada que fica entre as Igrejas da Catedral e da Misericórdia, fundou o Donatário Duarte Coelho nesta mesma situação, um castelo regularmente construído, para defesa da nascente colônia contra o ataque dos índios, e a cuja sombra se alojou com toda sua família.”
E Pereira da Costa acrescentou que da primeira residência de Duarte Coelho, em Iguarassú, o Donatário se encaminhou para o Sul, pelo litoral, até que descobriu as Colinas de Marim, com uma grande povoação de Índios, e que se apossando dela, fundou a Vila de Olinda, constituindo assim a localidade a sede do governo da capitania.
A data – 12 de Março – não foi, nem da fundação de Olinda, nem da fundação do Recife. Foi a data em que Duarte Coelho conferiu à Câmara da Vila de Olinda, a famosa Carta de Foral. E que foi tomada para aniversário das duas cidades irmãs.
* Superintendente Institucional do CIEE-Pe e ex-Prefeito de Olinda (1977-1982 e 1993-1996)